Soneto da aceitação plena

Para que a música encantadora da vida siga tocando em sua frágil caixinha interior,
Acolho-te — tornando-me coberta, incentivo e diversão — da exata forma como és,
E, sem tentar podá-las, se precisares, regarei as plantas de tua casa e de teus pés;
Sem querer que sejas o que não vês no espelho, olhando-te farei com que te notes flor.

Atritando-me em tua pele, mostrarei que de ti aceito cada polo, suas nevascas, calor!
Pois teu tesouro é tua essência, lembre-se, e ela não evapora em oscilações e revés;
Porque a alma sensível que portas é translúcida, bela, e por ela eu enxergo através,
E vou além, chamando-me ou não de “meu bem”, arrisco dizer que o nome disso é amor.

Mas essa coisa de dar título, acredite, é o que menos me importa.
Gosto mesmo é de saber que a ti entrego o gozo da paz e vice-versa,
De imaginá-la sentada à mesa, sorrindo, esperando a minha janta.

Gosto mesmo é de saber que comigo podes sorrir até quando se sentes escassa,
Que só de olhares para mim já percebes o tanto que por ti canta,
Que te quero em todas as tuas versões: à meia luz, de meia-taça, agitada, mansa…

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Ricardo Coiro

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