O segredo da leveza é não dar peso à opinião alheia.
Não entendeu? Explico…
Por muito tempo eu fiz de tudo para agradar. Em busca de uma aceitação que não passava de ilusão, não dei ouvidos àquilo que pulsava em meus cômodos mais nobres.
Escolhia roupas, bebidas e frases – até elas! – sempre tentando fazer parte de… de… de… Sei lá o quê!
Ansiava por aplausos, likes e todo tipo de confete sem valor.
Desejava ser unanimidade, cair no gosto popular feito arroz e feijão.
“Melhor não… Vão me achar idiota”, eu pensava antes de trancafiar minhas vontades na gaveta e retornar cabisbaixo a um rebanho formado por seres que, de tornozelos presos pelas correntes da insegurança, apenas seguem o fluxo, empurram a existência com a barriga, não questionam nem arriscam passos fora de um quadrado onde as coisas, apesar de sem tempero e incapazes de satisfazer, parecem mais seguras.
Ignorar meu coração e agir como acreditava que me tornaria imune a críticas e pontapés pouco adiantou, porém: continuavam insatisfeitos comigo, amassando meu nariz com o indicador, falando que eu não passava disso e daquilo…
E assim eu ficava cada dia mais frustrado e pesado. Um transatlântico que parecia cada vez mais distante da leveza que almejava.
“Estou fazendo tudo certo, oras! Estou dando o meu melhor e, mesmo assim, recebendo uma chuva de ‘não está bom!’, como pode?”, era o que pensava em todo fim de dia.
ERA!
Porque eu, após vaias de gente invejosa que só queria me colocar para baixo, que não estava nem aí para minha evolução, percebi: seguir tentando agradar, mesmo que com todas as minhas forças, nunca seria o bastante. E pior: só daria mais corda à frustração e me afastaria, cada vez mais, da minha essência – meu maior tesouro.
Então apertei o “foda-se” à opinião do resto, especialmente daqueles que, apesar dos tantos tapinhas que me davam nas costas, diferente do que diziam, nunca estiveram nem aí para mim; só queriam me usar para se sentirem maiores – ou “menos bostões”, o que me parece mais adequado.
Não imagina como foi libertador. Arrisco dizer, até, que minha alma gozou.
As desaprovações e críticas sem qualquer fundamento continuaram, óbvio! A diferença é que eu parei de tentar contê-las, dei os ombros a elas, passei a encará-las com o mesmo desdém que encaro as perguntas bestas que rolam no Natal – “Não acha que está na hora de ter filho?”, “Não tem lâmina de barbear, não?”, “Se estão juntos há tanto tempo, por que não se casam?”…
Sugiro que faça o mesmo, sério. Sugiro que se agrade mais, muito mais, mesmo sabendo que seu prazer, satisfação e sucesso sempre desagradarão muita gente.
E quando deitar a cabeça sobre o travesseiro, em vez de se perguntar o que anda fazendo de errado para receber tantas críticas negativas, pergunte-se: “Estou sendo honesto comigo?”.
Se a resposta for “sim”, mesmo que o chamem de ET, louco, estranho ou tudo junto numa só afirmação, saiba que está no caminho certo.
E entenderá que a maior leveza, diferente do que muitos pensam, pouco tem a ver com cortar carboidratos simples e frituras da alimentação – e sim com a redução da importância que damos ao blábláblá de gente de olho gordo.